Aumento da concentração de CO2 coloca em risco saúde nutricional de milhões de pessoas

Meio Ambiente

O transporte responde por um terço de todas as emissões de CO2 na região da América Latina e do Caribe, superior à participação global do setor, de 23%.

São dados revelados pelo Banco Mundial, que nesta semana realiza em Foz do Iguaçu, ao lado de agências internacionais, uma Conferência sobre a descarbonização do transporte público.

Não bastasse o que já se sabe sobre os efeitos nocivos do gás carbônico (ou dióxido de carbono), por ser o gás que mais contribui para o efeito estufa, um novo estudo vem alertar sobre outro lado negativo produzido pelas altas emissões: a questão alimentar.

Um estudo publicado por Samuel Myers, pesquisador da Universidade de Harvard nesta segunda-feira, dia 27 de agosto de 2018, na revista “Nature Climate Change”, alerta que o aumento da concentração do CO2 prejudica a composição nutricional das plantas, o que inclui culturas importantes para a alimentação humana, levando-as a perderem nutrientes como zinco, ferro e várias proteínas.

Com uma concentração média, hoje, pouco acima de 400 ppm, os pesquisadores alertam que, se esta ultrapassar os 550 ppm, a perda de nutrientes pode chegar a até 17%.

É um alerta, evidente, mas que chama a atenção de governos e cidades para que repensem as formas de queimar energia, o que inclui o setor de transporte. Seria como propagar o alerta: “dirigir carros movidos a combustível fóssil pode provocar anemia”.

A permanecer a mesma situação atual, o estudo da equipe de Harvard aponta que até 2050 mais de 175 milhões de pessoas terão déficit de zinco e 122 milhões apresentarão déficit proteico. Essas perdas para a saúde humana foram calculadas pelo estudo em 151 países, com informações de bancos de dados detalhados sobre os padrões alimentares por idade e sexo, com 225 alimentos diferentes.

A situação atual do planeta já é preocupante, com mais de 2 bilhões de pessoas com deficiência em um ou mais nutrientes. As plantas, que respondem pela maior parte dos nutrientes-chave para os humanos, podem perder boa parte de seu poder alimentar.

O estudo publicado na Nature ressalta que as plantas respondem por 63% das necessidades de proteínas; 81%, de ferro; e 68%, de zinco. O aumento de concentrações maiores de CO2 redundará, assim, em plantas menos nutritivas

Isso seria trágico para 1,4 bilhão de crianças e mulheres em idade fértil que moram em áreas com prevalência de anemia, onde o estudo estima uma perda de 4% de ferro nutricional. Os países situados no sul e sudeste da Ásia, na África e no Oriente Médio, serão obrigados a prover cuidados adicionais para que o quadro não piore ainda mais.

O autor da pesquisa, Sam Myers, resume bem o significado de seu trabalho: “Nossa pesquisa deixa claro que as decisões que estamos tomando todos os dias – como aquecemos nossas casas, o que comemos, como nos movemos, o que escolhemos comprar – estão tornando nossos alimentos menos nutritivos e pondo em perigo a saúde de outras populações e gerações futuras“.

 

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Fonte: Diário do Transporte – Alexandre Pelegi

 

Imagem: Bigstock by Olando Stocker

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